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A erotomania é um transtorno psicológico sério que pode afetar tanto o indivíduo que o vivencia quanto as pessoas ao seu redor (Foto Reprodução).
A
erotomania é um transtorno psicológico raro, mas que pode ter sérias
consequências para a vida de quem a vivencia e de seus próximos. Compreendê-la,
identificar seus sinais e buscar tratamento adequado é essencial para evitar
complicações maiores. Neste post, proponho abordarmos o que é a erotomania,
como ela se desenvolve, seus sintomas, complicações e como é feito o
tratamento.
O Que é Erotomania?
Erotomania
é um distúrbio psicológico em que a pessoa acredita que outra pessoa,
geralmente alguém com uma posição social elevada ou fora de seu alcance, está
secretamente apaixonada por ela. O transtorno pode se manifestar de diferentes
maneiras, mas seu principal sinal é a certeza obsessiva de que o “alvo” da
obsessão compartilha de um sentimento amoroso, embora esse não seja o caso na
realidade.
Esse
transtorno é classificado como um tipo de delírio, e a pessoa com erotomania
pode ter dificuldades em distinguir a fantasia da realidade, levando-a a
comportamentos impulsivos, como perseguições, telefonemas repetidos ou
tentativas de estabelecer contato de formas inadequadas. Com frequência,
pessoas com erotomania envolvem-se em ações que podem ser vistas como invasivas
ou agressivas, acreditando que estão apenas respondendo a uma “chamada” de
afeto.
Como a Erotomania se Desenvolve?
A
erotomania pode ser causada por uma combinação de fatores biológicos,
psicológicos e sociais. Em muitos casos, esse transtorno está associado a
desequilíbrios químicos no cérebro, como uma produção excessiva de dopamina, um
neurotransmissor relacionado ao prazer e ao desejo. Isso pode gerar uma
percepção distorcida das relações interpessoais, criando uma crença irracional
de que a outra pessoa nutre um amor não correspondido.
Além
disso, fatores psicológicos, como baixa autoestima, traumas emocionais passados
e experiências de abandono ou rejeição, podem ser gatilhos para o
desenvolvimento da erotomania. Em algumas situações, o transtorno pode estar
relacionado a outros distúrbios psiquiátricos, como a esquizofrenia ou o
transtorno bipolar.
As
complicações desse transtorno podem ser intensas, já que, frequentemente, as
vítimas da erotomania tornam-se obcecadas pela outra pessoa, o que pode levar a
comportamentos que colocam em risco a segurança e o bem-estar da pessoa “alvo”
da obsessão. Isso pode resultar em problemas de relacionamento, dificuldades no
trabalho e, até mesmo, em acusações legais.
Sinais de Erotomania
A
erotomania é difícil de identificar à primeira vista, uma vez que seus sintomas
podem ser confusos ou mascarados por outros transtornos psicológicos. No
entanto, alguns sinais comuns podem indicar que uma pessoa está desenvolvendo
esse tipo de delírio, incluindo:
- Crença obsessiva no amor não
correspondido: a
pessoa com erotomania frequentemente acredita que outra, em geral, alguém
de status social elevado, está apaixonada por ela. Esse sentimento pode
ocorrer mesmo sem qualquer contato real entre as duas partes.
- Comportamentos invasivos: indivíduos com esse
transtorno podem demonstrar comportamentos como perseguir, enviar
mensagens ou fazer telefonemas repetidos ao “alvo”, mesmo após ser
rejeitado ou ignorado.
- Interpretação errônea de
sinais sociais:
pessoas com erotomania tendem a interpretar ações e palavras de outros de
maneira exagerada, acreditando que gestos inocentes, olhares ou até
simples interações são sinais de amor oculto.
- Sentimentos de perseguição: o indivíduo pode também
desenvolver a sensação de que está sendo perseguido ou observado pela pessoa
por quem acredita estar sendo cortejado, o que pode gerar ansiedade ou até
paranoia.
- Isolamento social: com o tempo, a pessoa com
erotomania pode se afastar de amigos e familiares, preferindo viver na
fantasia do relacionamento não correspondido.
Complicações da Erotomania
Se não
tratada, a erotomania pode levar a uma série de complicações sérias. Uma das
mais evidentes é a violência, seja verbal ou física. A obsessão pode
desencadear sentimentos de raiva e frustração, resultando em perseguições ou até
agressões contra a pessoa que a vítima acredita ser o objeto de sua afeição.
Outro
ponto importante é o impacto que esse transtorno tem na vida social e
profissional do indivíduo. O comportamento invasivo e a crença de que está
sendo “amado secretamente” podem gerar conflitos e prejudicar a reputação da
pessoa. Além disso, a erotomania pode causar um grande sofrimento emocional
para quem a vivencia, aumentando o risco de depressão e ansiedade, já que a
pessoa está constantemente em busca de um amor inexistente.
Tratamentos para Erotomania
O
tratamento da erotomania exige acompanhamento especializado de um psiquiatra ou
psicólogo, que irá diagnosticar a gravidade do transtorno e definir a melhor
abordagem terapêutica. Em muitos casos, o tratamento envolve uma combinação de
medicamentos e psicoterapia.
- Medicamentos: Antipsicóticos e
antidepressivos podem ser prescritos para controlar os sintomas de
delírios e obsessões, proporcionando maior equilíbrio emocional ao
paciente. Em alguns casos, os medicamentos podem ajudar a reduzir os
episódios de paranoia e melhorar a percepção da realidade.
- Psicoterapia: A terapia
cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem comum para tratar a
erotomania. Ela se concentra em auxiliar o paciente a reconhecer os
pensamentos e crenças distorcidas que alimentam os delírios e a
substituí-los por padrões de pensamento mais realistas. O objetivo é
promover a compreensão das relações interpessoais e a identificação de
gatilhos que causam a obsessão.
Além
disso, o suporte familiar e o acompanhamento regular são essenciais para
garantir que o tratamento seja eficaz. Pacientes que recebem ajuda precoce têm
mais chances de reduzir os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
Como Prevenir a Erotomania?
A
prevenção da erotomania não é simples, pois o transtorno pode surgir sem aviso.
No entanto, alguns passos podem ser tomados para reduzir os fatores de risco. A
promoção de uma saúde mental robusta e a busca por apoio psicológico quando
necessário são cruciais. Se você percebe sinais de obsessão ou distúrbios
emocionais em si mesmo, ou em outra pessoa, buscar ajuda profissional
imediatamente pode ser um passo importante para evitar o agravamento do
transtorno.
Conclusão
A
erotomania é um transtorno psicológico sério que pode afetar tanto o indivíduo
que o vivencia quanto as pessoas ao seu redor. Reconhecer os sinais precoces,
buscar ajuda especializada e tratar as questões subjacentes de forma eficaz são
passos cruciais para controlar o distúrbio. Se você ou alguém que você conhece
apresenta sinais de erotomania, não hesite em procurar um profissional de saúde
mental para orientações e apoio.
Fontes:
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