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| William Bonner se despediu da bancada do Jornal Nacional (JN), após 29 anos à frente do principal produto informativo da Globo. Foto: Divulgação/Rede Globo. |
A noite de 31 de outubro de 2025 marcou o fim de uma era para o telejornalismo brasileiro. William Bonner se despediu da bancada do Jornal Nacional (JN), após 29 anos à frente do principal produto informativo da Globo, enquanto a emissora colhe os frutos financeiros e simbólicos da transição.
Faturamento expressivo com comerciais
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| A Globo faturou cerca de R$ 10 milhões com os espaços comerciais vinculados à edição especial do JN comandada por Bonner. Foto: Divulgação/Rede Globo. |
Segundo fontes próximas à emissora, o episódio de despedida gerou uma
movimentação publicitária de magnitude incomum: a Globo faturou cerca de R$
10 milhões com os espaços comerciais vinculados à edição especial do
JN comandada por Bonner. A edição especial, com cobertura ampliada, flashbacks
da trajetória do jornalista e ampla repercussão nas redes sociais, atraiu
anunciantes dispostos a vincular suas marcas ao momento de transição. O alto
valor reflete o reconhecimento de que o evento não foi somente um telejornal —
foi um marco midiático.
A dimensão desse faturamento evidencia como os veículos de comunicação estão aptos a transformar uma simples mudança de âncora numa oportunidade comercial estratégica. Para a Globo, trata-se de maximizar os retornos num momento de relevância emocional e audiência elevada. Já para o mercado publicitário, associar marcas a momentos históricos da TV ainda tem apelo significativo.
Momento de emoção e celebração
No estúdio do JN, o ambiente misturou emoção, retrospecção e celebração.
Bonner fez seu discurso de despedida ao vivo, agradecendo à equipe e ao
público, e assumindo que há tempos vinha se preparando para esse momento. Em
dado momento, um momento descontraído chamou atenção: o jornalista protagonizou
uma dança leve com sua mulher, no estúdio, em ato simbólico de encerramento e
de passagem de bastão — gesto que rapidamente viralizou nas redes sociais. A
cena, pouco comum para o formalismo dos telejornais, só reforçou o caráter
simbólico do momento.
A apresentação de despedida ganhou ainda a participação de outras figuras do grupo Globo e da presença de familiares, amigos e colaboradores do telejornal. Além disso, a presença de Ticiane Pinheiro e de suas filhas marcou a tarde de transição, trazendo à tona a dimensão pessoal e humana que envolvia a mudança no comando do JN.
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| A apresentação de despedida ganhou ainda a participação de outras figuras do grupo Globo e da presença de familiares, amigos e colaboradores do telejornal. Foto: Divulgação/Rede Globo. |
Transição de comando e repercussão institucional
Com Bonner saindo da bancada, assume a partir de 3 de novembro de 2025 o
jornalista César Tralli, ao lado de Renata Vasconcellos. A movimentação marca
uma nova fase para o maior telejornal do Brasil, com uma proposta de renovação
visual, editorial e de imagem. A escolha de Tralli era esperada, mas a forma
como a Globo estruturou a despedida e a passagem reforça que a transição será
mais que simbólica — será estratégica, envolvendo reposicionamento da marca,
reações do público e expectativas de audiência.
O impacto foi imediato. Nas redes sociais, o último “Boa noite” de Bonner
foi comentado como “fim de uma era” e “ivalorable momento da TV brasileira”. A
cena da dança viralizou, memética em sua leveza e contraste com a formalidade
do noticiário. Já do ponto de vista corporativo, a Globo aproveitou o momento
para fortalecimento de sua imagem institucional, falando ao tribunal de
anunciantes, telespectadores e mercado publicitário.
Reflexos e desafios para o futuro
A despedida de William Bonner e a transição para Tralli trazem à tona
diversos desafios. A Globo agora precisa manter ou ampliar a audiência do JN
num ambiente midiático altamente competitivo — com streaming, redes sociais e
multiplataformas disputando a atenção. Ao mesmo tempo, a emissora precisa
justificar à sua base de anunciantes que conseguiu transformar um evento
simbólico em retorno efetivo para suas marcas.
Também é momento de gerenciamento de expectativas do público: a
identificação criada ao longo de quase três décadas por Bonner deixou um vazio
afetivo que Tralli precisará preencher. Há ainda o desafio de modernizar o
telejornal, ao mesmo tempo em que preserva credibilidade, seriedade e
autoridade — marcas que Bonner ajudou a construir.
Em resumo, a despedida de William Bonner no Jornal Nacional não foi somente
o encerramento de um ciclo, mas o início de outro — para o telejornalismo, para
a Globo como negócio e para os espectadores que acompanharam a transformação da
emissora ao longo de anos. A dança simbólica no estúdio, o faturamento
milionário e a plateia presencial e online formam um mosaico de emoções e
estratégias corporativas. Resta agora acompanhar os próximos capítulos que se
seguirão àquelas últimas imagens de Bonner na bancada.
Fontes
- · Globo fatura R$ 10 milhões com comerciais em despedida de William Bonner no JN — Folha de S.Paulo / “Outro Canal”
- · William Bonner dança com a mulher em despedida do Jornal Nacional — Extra (Globo)
- · Ticiane Pinheiro e filhas aparecem na Globo na chegada de Tralli ao JN — CNN Brasil

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