
O levantamento do IBGE sobre os nomes e sobrenomes mais populares no Brasil revela tanto o peso da tradição quanto os sinais de mudança. Foto reprodução.
Na manhã
de 4 de novembro de 2025, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgou o ranking oficial dos nomes e sobrenomes mais
comuns no Brasil, com base no Censo Demográfico de 2022. No evento
realizado no Rio de Janeiro, o instituto apresentou dados que revelam que
milhões de brasileiros compartilham nomes como “Maria”, “José” ou o sobrenome
“Silva”.
O
levantamento ocorre com o objetivo de atualizar o sistema de identificação
nacional e compreender tendências sociais por meio do uso da onomástica — os
nomes próprios e de família — sendo realizado por meio da análise de domicílios
em 5.570 municípios.
Principais achados do levantamento
Os dados
apresentados pelo IBGE mostram que “Maria” continua sendo o nome feminino mais
registrado no país, com mais de 12 milhões de pessoas, enquanto “José” lidera
entre os nomes masculinos, com cerca de 5 milhões de registros. Entre os
sobrenomes, “Silva” aparece no topo da lista, sendo citado por mais de 34
milhões de pessoas, representando aproximadamente 16,76% da população
nacional.
Sobrenomes
como “Santos”, “Oliveira”, “Souza” e “Pereira” vêm na sequência. O levantamento
técnico do instituto contou com cerca de 140 mil variações de nomes próprios
e 200 mil opções de sobrenomes, reforçando a diversidade onomástica no
Brasil.
Servindo
como ferramenta de análise, o ranking permite identificar padrões de registro,
como a influência de tradição, família, religião e regionalização. Por exemplo,
nomes bíblicos e de origem portuguesa continuam presentes com grande
frequência, assim como sobrenomes comuns de linhagem ibérica e africana.
Confira
alguns itens das listas divulgadas:
Nomes mais populares do Brasil (2025)
|
Femininos |
Masculinos |
|
1. Maria |
1. José |
|
2. Ana |
2. João |
|
3. Mariana |
3. Antônio |
|
4. Juliana |
4. Francisco |
|
5. Francisca |
5. Carlos |
|
6. Antônia |
6. Paulo |
|
7. Adriana |
7. Pedro |
|
8. Aline |
8. Lucas |
|
9. Sandra |
9. Marcos |
|
10. Patrícia |
10. Luiz |
(As
listas acima representam os nomes mais recorrentes segundo o IBGE, com base no
Censo 2022.)
Sobrenomes mais populares do Brasil (2025)
|
1. Silva: 34.030.104 |
16. Almeida: 3.069.183 |
|
2. Santos: 21.367.475 |
17. Jesus: 2.859.490 |
|
3. Oliveira: 11.708.947 |
18. Barbosa: 2.738.119 |
|
4. Souza: 9.197.158 |
19.Soares: 2.615.284 |
|
5. Pereira: 6.888.212 |
20. Carvalho: 2.599.978 |
|
6. Ferreira: 6.226.228 |
21. Martins: 2.576.764 |
|
7. Lima: 6.094.630 |
22. Lopes: 2.337.914 |
|
8. Alves: 5.756.825 |
23. Vieira: 2.102.389 |
|
9. Rodrigues: 5.428.540 |
24. Rocha: 2.044.495 |
|
10. Costa: 4.861.083 |
25. Dias: 2.035.387 |
|
11. Sousa: 4.797.390 |
26. Gonçalves: 2.028.298 |
|
12. Gomes: 4.046.634 |
27. Fernandes: 1.835.974 |
|
13. Nascimento: 3.609.232 |
28. Santana: 1.815.982 |
|
14. Araújo: 3.460.940 |
29. Andrade: 1.707.452 |
|
15. Ribeiro: 3.127.425 |
30. Batista: 1.703.130 |
Por que
esse estudo importa e como ele foi feito
O
levantamento do IBGE importa porque fornece uma base oficial para o
entendimento de como os brasileiros se identificam socialmente por meio dos
seus nomes. A escolha de nome próprio ou sobrenome pode refletir herança
familiar, memória cultural ou tendências contemporâneas. Além disso, essas
informações são usadas por pesquisadores em demografia, sociologia e marketing
para traçar perfis populacionais, padrões migratórios e relações de identidade
nacional.
Para
realizá-lo, o IBGE utilizou a base do Censo Demográfico de 2022, com referência
em 1º de agosto daquele ano, e agregou as informações declaradas em domicílios
de todo o território nacional. A contagem inclui todas as pessoas que residiam
nos domicílios recenseados ou ausentes por até 12 meses.
Nas
definições metodológicas, nomes com grafias diferentes são consolidados ou
separados conforme critérios estabelecidos — por exemplo, acentos podem não
contar para distinção, mas variações como Ana e Anna são consideradas nomes
distintos.
Dessa
forma, o estudo permite constatar, por exemplo, que a persistência de nomes
como Maria e José não é somente tradicional, mas institucional e estatística. O
levantamento também evidencia que os sobrenomes mais comuns continuam
espelhando a colonização portuguesa, a herança escravista e os fluxos migratórios
internos. Termos como “linhagem”, “herança familiar” e “identidade social”
figuram nesse contexto de explicação dos resultados.
O que os resultados revelam sobre a sociedade
brasileira
Os dados
apontam para alguns fenômenos interessantes. Em primeiro lugar, a palavra-chave
“herança” aparece com destaque: muitas crianças recebem nomes dos pais ou avós,
contribuindo para a manutenção de nomes tradicionais ao longo das gerações. Em
segundo lugar, a pluralidade de sobrenomes aponta para a diversidade
étnico-cultural e os múltiplos processos históricos que compõem o Brasil — dos
portugueses, africanos e indígenas.
Além
disso, o levantamento comprova que a uniformização de nomes não é total: apesar
de muitos nomes se repetirem em alta frequência, existem dezenas de milhares de
variações e novos registros que ampliam a gama onomástica nacional. Em
paralelo, a presença de sobrenomes como Silva, Santos e Oliveira em larga
escala acende reflexões sobre mobilidade social e padronização de identidade —
embora não forneça automaticamente explicações sobre oportunidades ou condições
sociais.
É
importante destacar também que o estudo tem implicações práticas, como no
reconhecimento de padrões em dados governamentais, na identificação de falhas
em bases cartoriais e no planejamento de políticas voltadas à população. Por
isso, a divulgação dos nomes mais populares não é somente curiosidade, mas
parte de um trabalho de construção de conhecimento sobre a sociedade.
Em
resumo, o levantamento do IBGE sobre os nomes e sobrenomes mais populares no
Brasil revela tanto o peso da tradição quanto os sinais de mudança.
Ele reflete sobre como as escolhas nominativas se relacionam com identidade,
família e comunidade — e como, ao mesmo tempo, nossos registros civis guardam
traços de nossa história coletiva. Os resultados não somente disponibilizam
números, mas ajudam a mapear quem somos enquanto sociedade.
Fontes:
• Agência Brasil — “IBGE revela nomes e sobrenomes mais comuns do país; veja a
lista”
https://www.agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025/11/censo-revela-nomes-e-sobrenomes-mais-comuns-do-pais-veja-lista
• CNN Brasil — “IBGE revela nomes e sobrenomes mais populares do Brasil; veja
ranking”
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil/ibge-revela-nomes-e-sobrenomes-mais-populares-do-brasil-veja-ranking/
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