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A série deixa claro que se trata de ficção, mas assume um grau de verossimilhança elevado. Foto divulgação: Netflix.
A série
“Os Donos do Jogo”, lançada em 29 de outubro de 2025 pela Netflix, retrata uma
disputa de poder entre famílias envolvidas no universo ilegal do jogo do bicho
no Rio de Janeiro. Dirigida por Heitor Dhalia, a produção brasileira aborda os
bastidores do império das apostas, com foco no personagem Jorge Guerra e sua
sucessão, que mobiliza ambição, violência e tradição. A narrativa se desenvolve
no cenário urbano e criminal do Rio, com a finalidade de explorar como o mundo
clandestino das contravenções molda alianças, traições e legados.
Sinopse e detalhes da produção
Na trama, Jorge Guerra — poderoso bicheiro em declínio — se vê obrigado a chamar herdeiros e aliados para comandar o “jogo”. Entre os personagens-chave estão suas filhas, Mirna e Suzana, vividas por Juliana Paes e outras atrizes que ajudam a compor a tensão familiar da história. Essas trajetórias antagônicas traduzem as tensões entre modernização e tradição em meio a disputas internas e externas.
A série foi filmada no Rio de Janeiro e conta com elenco como André Lamoglia, Giullia Buscacio, Mel Maia e o ator e cantor Xamã, que interpreta um personagem central nesse universo de poder. A produção assume o gênero de drama criminal, com estética cinematográfica e ambientação densa, voltada para o público adulto que gosta de tramas com intriga, poder e realismo.
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Elenco de Os Donos do Jogo - Série da Netflix. Foto divulgação: Netflix.
O que estão dizendo — entre elogios e críticas
A recepção da série tem sido marcada por elogios à sua ambição e produção. Críticos destacam que “Os Donos do Jogo” consegue misturar ficção e inspiração real para oferecer um retrato envolvente das contravenções no Brasil. Por outro lado, surgem questionamentos sobre o grau de fidelidade aos fatos.
A circulação
de “verdades e mentiras” na trama torna-se um tema central: embora a série
afirme ser ficcional, ela se inspira em personagens reais como bicheiros
históricos e suas relações com o Carnaval, o poder político e o tráfico de
influências. O debate gira em torno de até que ponto essa adaptação dramatizada
legitima ou trivializa o crime, e se o espectador consegue discernir claramente
o que é inventado ou inspirado em fatos.
Verdade, ficção e os limites entre eles
A série deixa claro que se trata de ficção, mas assume um grau de
verossimilhança elevado. Elementos reais, como a ligação entre o jogo do bicho
e o Carnaval ou a existência de conselhos e estruturas organizadas que definem
territórios e mantêm vínculos com o poder político e empresarial, são
incorporados à narrativa. Contudo, os nomes e eventos específicos são alterados
ou combinados para efeito dramático — ou seja, não se trata de uma biografia ou
documentário.
A palavra-chave aqui é “dramatização”: a produção assume liberdade criativa para
construir personagens, conflitos e arcos narrativos que servem mais à ficção do
que à exatidão histórica. Ao mesmo tempo, “inspiração real” também se aplica,
na medida em que a estrutura e os mecanismos retratados espelham dinâmicas
observadas no submundo do crime organizado no Brasil.
Para o espectador, isso exige atenção: é legítima a apreciação como entretenimento e como reflexão sobre como o crime se insere no tecido social e político, mas é necessário cautela para não confundir ficção com retrato fiel. A série pode servir como porta de entrada para discussões sobre contravenções, poder paralelo e impunidade, mas não substitui pesquisas ou documentários baseados em fontes empíricas.
Considerações finais
Em resumo, “Os Donos do Jogo” representa um salto significativo no gênero de
thrillers criminais brasileiros na Netflix: produção de alto nível, tema
relevante e elenco expressivo. A sinopse privilegiou o universo da contravenção
e do jogo do bicho, transformando-o em palco de disputas familiares e
empresariais. As reações evidenciam o interesse do público e da crítica por
narrativas que misturam crime, sociedade e história. No entanto, a coexistência
entre verdade inspirada e ficção dramatizada exige do espectador uma postura
reflexiva.
Com as palavras-chave “drama criminal” e “inspiração histórica”, a série
cumpre seu objetivo de entreter e provocar, mas também abre portas para
questionamentos sobre poder informal, legado de impunidade e os mecanismos que
permitiram que contravenções se institucionalizassem no Brasil. Para quem busca
ação, intriga e um olhar brasileiro sobre poder paralelo, a produção se destaca
— lembrando sempre que parte dela é reelaboração artística e não reconstrução
histórica.
Fontes:
• Netflix — Os Donos do
Jogo
• FolhaBV
— Os Donos do Jogo série brasileira está em alta na Netflix
• TrackList
— Os Donos do Jogo terá uma segunda temporada pela Netflix
• Exame
— Os Donos do Jogo: o que é verdade e mentira na nova série da Netflix
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