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As praias brasileiras que podem conquistar a Bandeira Azul nos próximos anos

Bandeira Azul nas praias brasileiras
Foto  Divulgação: bandeira azul.

O selo Bandeira Azul é reconhecido mundialmente como um indicador de qualidade ambiental, segurança e sustentabilidade em praias. No Brasil, diversas praias já foram premiadas, e novas candidatas são avaliadas a cada ano. Entre elas, destacam-se as baianas Mangue Seco, Baixio e Morro de São Paulo, que passaram por visitas técnicas para verificação de critérios. 

Outras praias já certificadas incluem Saquarema (RJ), Penha (SC), Praia do Patacho (AL) e a única praia fluvial certificada do país, a Prainha de Itá (SC). Essa pauta ganha ainda mais relevância diante das discussões globais de sustentabilidade que envolvem eventos como a COP30, que sinalizam um foco crescente em conservação costeira. 

Portanto, esta reportagem apresenta as praias candidatas, explica os critérios que ainda precisam ser atendidos e detalha por que a certificação é tão rigorosa.


Praias candidatas e com grande potencial

Diversos municípios costeiros têm buscado adequar suas praias aos padrões internacionais da Bandeira Azul. Entre os mais citados estão Itacaré (BA), Praia do Forte (BA), Jericoacoara (CE), Pipa (RN), Florianópolis (SC) e Bombinhas (SC). Esses locais já possuem boa infraestrutura turística, serviços de saúde e equipes de limpeza, mas ainda precisam aprimorar a gestão ambiental, principalmente em relação ao tratamento de esgoto e ao monitoramento da qualidade da água.

Em Itacaré e Praia do Forte, por exemplo, a educação ambiental e a gestão de resíduos são áreas que exigem reforço. Já em Jericoacoara, a pressão turística durante a alta temporada compromete a preservação da vegetação nativa. Em Florianópolis e Bombinhas, surgem desafios como poluição proveniente de canais urbanos ou aumento do volume de lixo. Apesar disso, todos os municípios demonstram compromisso em alcançar os padrões exigidos pelo programa.


O que falta para conquistar a certificação

O processo para receber a Bandeira Azul envolve requisitos complexos e contínuos, divididos em quatro grandes áreas: qualidade da água, segurança, educação ambiental e gestão sustentável. Muitas praias brasileiras já contam com parte da infraestrutura, mas ainda registram lacunas:

  • Qualidade da água: a presença de esgoto ou de poluição urbana ainda é o principal obstáculo em várias regiões costeiras.
  • Segurança: número adequado de guarda-vidas, sinalização correta e acesso seguro para todos os banhistas são exigências importantes.
  • Educação ambiental: ações contínuas e permanentes devem existir, não somente campanhas pontuais.
  • Gestão sustentável: envolve a coleta correta de resíduos, controle do impacto turístico e proteção de áreas naturais sensíveis.

A COP30 contribui para ampliar a visibilidade do tema, destacando que a conservação das zonas costeiras é parte integral das metas ambientais globais, trazendo pressão para que localidades candidatas avancem em direção ao selo.


Praias com Bandeira Azul já certificadas

Diversas praias brasileiras já receberam a certificação Bandeira Azul, demonstrando que o país tem potencial para conciliar turismo e sustentabilidade. Entre elas:

  • Rio de Janeiro (RJ): Praia das Pedras de Sapiatiba (São Pedro da Aldeia), Praia das Pedras de Itaúna, Canto da Vila e Prainha (Saquarema), Praia do Peró (Cabo Frio).
  • Santa Catarina (SC): Diversas praias em Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas e Governador Celso Ramos; Praia da Lagoa do Peri (Florianópolis); Praia dos Molhes do Atalaia (Itajaí); Praias Bacia da Vovó, da Saudade, Grande e Vermelha (Penha); Praias do Ervino, de Ubatuba, do Forte, Grande e Prainha/Praia da Saudade (São Francisco do Sul); Prainha (Itá) — única praia fluvial certificada.
  • São Paulo (SP): Praia do Tombo (Guarujá).
  • Alagoas (AL): Praia do Patacho (Porto de Pedras).

Estas certificações refletem o compromisso de municípios com o meio ambiente, saneamento e educação ambiental.


Por que a certificação é tão difícil

A dificuldade está ligada à rigidez dos critérios internacionais e à necessidade de manutenção contínua. Não basta atingir o padrão em uma temporada — o desempenho precisa ser constante ao longo dos anos. O Brasil, com sua vasta costa e diversidade de ambientes frágeis, enfrenta obstáculos adicionais como manguezais, restingas e ocupações urbanas pesadas.

O turismo de massa gerado em feriados e temporadas pode gerar impactos graves, como acúmulo de lixo e degradação da vegetação. A implementação de práticas de sustentabilidade e educação ambiental exige engajamento do governo, setor privado e comunidade local. A COP30 expõe este quadro a uma escala global, reforçando que selos como a Bandeira Azul não são somente sobre prestigiar praias bonitas, mas sobre gestão responsável, continuidade e compromisso com o meio ambiente.


O futuro das praias brasileiras

O crescimento das candidaturas à Bandeira Azul mostra um aumento da consciência ambiental no Brasil. Municípios estão investindo em saneamento básico, infraestrutura sustentável e ações de educação ambiental. A participação da comunidade local assume papel cada vez mais relevante na conservação.

Especialistas afirmam que o Brasil tem potencial para ampliar significativamente o número de praias certificadas — desde que os critérios sejam cumpridos de forma contínua e rigorosa. Se as praias alinharem-se às demandas do turismo sustentável e aos temas discutidos na esfera da COP30, esse processo pode fortalecer a imagem internacional do país como destino comprometido com o meio ambiente.


 

 

 

 

Fontes:


 

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