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Tremembé: a série que escancara o lado mais sombrio da mente humana

Filme Tremembé
“Tremembé” provoca porque obriga o espectador a encarar a humanidade. Foto reprodução: Amazon Prime.

“Tremembé” surge como uma obra feita para incomodar. Longe de tratar crimes de grande repercussão como mera curiosidade pública, a série do Prime vídeo mergulha nos labirintos emocionais, morais e psicológicos de personagens cuja notoriedade nasceu do horror. A narrativa se ergue dentro dos muros da penitenciária que se tornou símbolo nacional — e é ali que a história encontra seu tom mais perturbador.

Não se trata de reconstituir cenas de violência, mas de mostrar o que permanece quando as manchetes desaparecem: as tensões diárias, o peso silencioso da culpa, a disputa por poder e identidade, e a convivência forçada entre pessoas transformadas em mitos sinistros pela opinião pública. A série aposta em atmosferas claustrofóbicas e atuações intensas para explorar o que acontece quando o ser humano é confrontado com sua própria sombra.

A construção do desconforto

Tremembé
O filme abre espaço para questionamentos éticos e legais sobre produções baseadas em personagens reais. Foto Reprodução: Amazon Prime.

A força de “Tremembé” está na forma como conduz o espectador a observar, sem filtros, a complexidade emocional de seus personagens. A série busca compreender a mente daqueles que ocupam o imaginário coletivo há anos — e faz isso apontando mais para o que eles sentem do que para o que fizeram. O resultado é uma experiência cinematográfica que projeta dúvidas, desconfortos e reflexões sobre culpa, arrependimento, sensacionalismo e a própria estrutura do sistema prisional brasileiro.

Ao mesmo tempo, a série também abre espaço para questionamentos éticos e legais sobre produções baseadas em personagens reais, especialmente quando essas histórias envolvem crimes marcantes. Essa tensão entre arte, memória, justiça e exposição pública permeia cada cena — e torna “Tremembé” ainda mais provocador.

Um filme que ninguém assiste impunemente
Tremembé
Marina Ruy Barbosa apareceu transformada em Suzane von Richthofen para o filme “Tremembé”. Foto reprodução: Amazon Prime.

“Tremembé” provoca porque obriga o espectador a encarar a humanidade — ou a desumanização — de figuras que se tornaram símbolos de tragédias. Ele investiga o que acontece quando o rótulo de “monstro” encontra o cotidiano, quando a fama do crime se transforma em uma espécie de prisão na própria prisão. O resultado é uma obra que permanece ecoando na mente muito depois dos créditos finais.


E você, já assistiu essa série? Deixe nos comentários o que achou!




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