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Foto Reprodução
A psicose é um tema frequentemente cercado de preconceitos e mal-entendidos. Compreender
essa condição e discutir abertamente os desafios que ela traz é essencial para
promover uma saúde mental mais inclusiva e menos estigmatizada. Neste post,
vamos explorar o que é a psicose, seus sintomas, causas e, principalmente, como
podemos contribuir para quebrar os estigmas que cercam essa condição.
O Que É Psicose?
A psicose
é um transtorno mental caracterizado pela desconexão da realidade. Segundo a
Dr.ᵃ Erica Maia, psiquiatra, a principal característica da psicose é a “fuga da
realidade”, onde a pessoa não consegue distinguir entre o que é real e o que
não é. Essa condição pode se manifestar de várias formas, incluindo delírios,
alucinações auditivas ou visuais, e sentimentos de perseguição. De acordo com
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60 milhões de pessoas em
todo o mundo são afetadas por síndromes psicóticas.
Além
disso, a psicose pode estar presente em transtornos como esquizofrenia e
bipolaridade. Como explica a Dr.ᵃ Maia, “para ocorrer o surgimento da síndrome
psicótica, é necessário haver uma predisposição genética e um fator estressor,
que pode atuar como um gatilho.” Essa combinação de fatores torna a compreensão
e o tratamento da psicose um desafio complexo.
Sintomas e Causas da Psicose
Os
sintomas psicóticos variam de pessoa para pessoa. Entre os mais comuns estão os
delírios — crenças firmes que não correspondem à realidade — e alucinações, que
podem envolver a percepção de sons, imagens ou sensações que não estão
realmente presentes. Miria Ribeiro, psicóloga e terapeuta familiar, acrescenta
que a psicose também pode incluir pensamentos desorganizados e comportamentos
agressivos.
As causas
da psicose podem ser divididas em primárias e secundárias. Os fatores primários
incluem doenças mentais preexistentes, como esquizofrenia e transtornos de
humor. Já os fatores secundários podem ser desencadeados pelo uso de substâncias,
como álcool e drogas. Compreender essas causas é fundamental para o
desenvolvimento de tratamento eficaz e personalizado.
É
importante ressaltar que a psicose também pode estar associada a condições
físicas e neurológicas, como doenças autoimunes, problemas de tireoide,
Alzheimer e Parkinson. Diante dessa diversidade de causas, o diagnóstico da
psicose se torna um processo complexo que exige uma avaliação clínica
cuidadosa.
Quebrando Estigmas
O estigma
em torno da psicose e das doenças mentais, em geral, é um dos maiores
obstáculos à busca de tratamento e apoio. Muitas pessoas que sofrem de psicose
enfrentam discriminação e isolamento social, o que pode agravar ainda mais sua
condição. Miria Ribeiro destaca que “a psicose pode levar ao isolamento devido
ao estigma social, assim como dificuldades em manter relacionamentos
saudáveis.”
Para
quebrar esses estigmas, é crucial promover uma educação mais ampla sobre saúde
mental. Isso inclui informar a sociedade sobre o que é a psicose, seus sintomas
e causas, bem como enfatizar que pessoas que enfrentam essa condição merecem
compreensão e apoio, assim como aquelas que têm outras doenças físicas.
Além
disso, o papel da família e dos amigos é fundamental. O apoio emocional pode
fazer uma diferença significativa na vida de uma pessoa com psicose. É
importante que familiares e amigos se eduquem sobre a condição e ofereçam um
ambiente de compreensão e empatia. Como observa o Dr. Luiz Rigonatti, “é
preciso que essas pessoas incentivem o paciente a colaborar com o próprio
tratamento, se eduquem sobre a síndrome e não discordem ou argumentem nos
momentos de delírio, ou alucinação”.
Por
último, hábitos saudáveis, como uma boa rotina de sono, uma dieta balanceada e
a prática regular de exercícios físicos, podem contribuir para a estabilização
do humor e o bem-estar geral. Essas ações simples, mas poderosas, são
fundamentais para o tratamento e a recuperação de pessoas com psicose.
Conclusão
A psicose é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.
Compreender seus sintomas e causas é um passo importante para a promoção de uma
saúde mental mais inclusiva. Quebrar os estigmas associados à psicose requer um
esforço coletivo — desde a educação da sociedade até o apoio de familiares e
amigos. Ao promover o conhecimento e a empatia, podemos criar um ambiente mais
acolhedor para aqueles que enfrentam essa condição e, assim, contribuir para
uma sociedade mais saudável e compreensiva.
Fontes
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