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| Ao classificar a pressão 12 por 8 como elevada, os especialistas visam aumentar a conscientização sobre os riscos associados e a importância de intervenções precoces (Foto reprodução). |
Recentemente, a pressão arterial considerada “normal” passou por uma revisão significativa, levantando questionamentos e debates entre profissionais da saúde e a população em geral. O valor de 12 por 8 mmHg, que antes era amplamente aceito como ideal, agora é classificado como “pressão arterial elevada”. Neste post, proponho explorar as razões por trás dessa mudança, suas implicações e o que isso significa para a saúde cardiovascular.
O Que Mudou nas Diretrizes de Hipertensão
Em
setembro de 2024, durante o Congresso Europeu de Cardiologia, especialistas de
renome internacional apresentaram novas diretrizes sobre hipertensão. A
Sociedade Europeia de Cardiologia, em um esforço para simplificar o diagnóstico
e o tratamento da pressão arterial, revisou as categorias de risco. Assim, a
pressão arterial foi reorganizada em três grupos principais:
- Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 mmHg
(12 por 7).
- Pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e
139 por 89 mmHg (de 12 por 7 a quase 14 por 9).
- Hipertensão arterial: maior que 140 por 90 mmHg
(acima de 14 por 9).
Essa nova
categorização reflete um entendimento mais profundo sobre a maneira como a
pressão arterial se comporta ao longo do tempo. Bill McEvoy, professor da
Universidade de Galway, destacou que essa mudança reconhece que a pressão
arterial não muda drasticamente de um dia para o outro, mas sim gradativamente.
Portanto, a introdução da categoria “pressão arterial elevada” visa oferecer um
alerta mais precoce e permitir intervenções antes que a hipertensão se
estabeleça.
Por Que a Mudança é Importante
A mudança
no reconhecimento de valores de pressão arterial tem implicações profundas para
a saúde pública. Quase 1,2 bilhão de pessoas no mundo vivem com hipertensão, e
muitas delas podem não estar cientes de sua condição. Fábio Argenta, médico e
membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, aponta que a hipertensão é um
fator de risco significativo para doenças cardiovasculares, incluindo infartos
e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Além disso, a condição está ligada a
problemas como insuficiência cardíaca e renal.
A nova
diretriz enfatiza a importância de tratar a pressão arterial elevada antes que
ela se converta em hipertensão. Isso é especialmente relevante para grupos de
maior risco, como pessoas com diabetes ou histórico familiar de doenças
cardíacas. A ideia é que, ao identificar e tratar a pressão elevada, é possível
reduzir a incidência de complicações graves no futuro.
Abordagem Personalizada para o Tratamento
Com as
novas diretrizes, os profissionais de saúde são incentivados a adotar uma
abordagem mais personalizada ao tratamento da hipertensão. Para pacientes com
pressão arterial elevada, as recomendações incluem realizar mudanças no estilo
de vida e uma avaliação criteriosa do risco cardiovascular.
Por
exemplo, se um paciente apresenta pressão arterial elevada, mas não possui
outros fatores de risco, pode ser recomendado um acompanhamento com mudanças de
estilo de vida, como:
- Dieta saudável: reduzir a ingestão de
sal e aumentar o consumo de potássio, que ajuda a baixar a pressão
arterial.
- Atividade física regular: exercícios aeróbicos e
de resistência são essenciais para o controle da pressão.
- Controle de peso: manter um peso saudável
é crucial para a saúde do coração.
Por outro
lado, para aqueles com pressão arterial elevada e fatores de risco
significativos, pode ser necessário iniciar o tratamento medicamentoso mais
cedo. A combinação de diferentes classes de medicamentos desde o início do
tratamento tem se mostrado eficaz no controle da pressão arterial.
Conclusão
A revisão
das diretrizes sobre pressão arterial representa um avanço significativo na
forma como entendemos e tratamos a hipertensão. Ao classificar a pressão 12 por
8 como elevada, os especialistas visam aumentar a conscientização sobre os
riscos associados e a importância de intervenções precoces. Essa mudança não
apenas ajuda a identificar pacientes em risco, mas também promove uma abordagem
mais proativa na gestão da saúde cardiovascular.
Portanto,
é fundamental que tanto médicos quanto pacientes estejam cientes dessas novas
diretrizes e da importância de monitorar a pressão arterial regularmente. A
saúde do coração deve ser uma prioridade, e pequenas mudanças no estilo de vida
podem fazer uma grande diferença.
Fontes:
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