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| Respirar. Parece simples, mas é o primeiro passo para retomar o controle. |
Você já sentiu o coração acelerar sem motivo aparente? Ou uma inquietação que surge do nada, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer? Se sim, você não está só. A ansiedade é hoje um dos problemas emocionais mais comuns do mundo — e talvez o mais silencioso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 300 milhões de pessoas convivem com sintomas de ansiedade. No Brasil, esse número é ainda mais alarmante: somos o país com a maior taxa de transtornos ansiosos do planeta. E o mais preocupante é que, muitas vezes, a ansiedade se disfarça de força, produtividade ou “jeito acelerado de viver”.
“O corpo fala o que a mente tenta calar”, explica a psicóloga Mariana Dantas.
“A ansiedade é um alerta interno — é como se o corpo dissesse: ‘algo precisa mudar’.”
Mas afinal, o que é a ansiedade?
Trata-se de uma resposta natural do nosso organismo ao perigo — um mecanismo que, em doses certas, nos mantém alertas e preparados. O problema começa quando essa sensação se torna constante, mesmo sem uma ameaça real. O cérebro passa a viver em estado de urgência permanente.
⚡ O preço de estar sempre em modo de alerta
O coração acelera, o estômago embrulha, o sono desaparece.
A ansiedade não apenas afeta a mente — ela toma conta do corpo.
Muitos descrevem como “um nó na garganta” ou “um peso no peito”. Outros sentem formigamento, sudorese, tontura ou falta de ar.
Essas reações são o resultado de hormônios liberados em excesso, como o cortisol e a adrenalina. É o corpo se preparando para fugir de um perigo que, muitas vezes, só existe dentro da cabeça.
💬 Quando o normal deixa de ser normal
Sentir ansiedade antes de uma entrevista ou prova é natural.
Mas quando ela passa a controlar o seu ritmo, roubar seu sono ou impedir que você viva o presente, é sinal de que algo precisa de atenção.
“A ansiedade é como uma visita: quando chega sem avisar e se recusa a ir embora, é hora de buscar ajuda”, resume o psiquiatra André Farias.
🌬️ Inspira e expira
Respirar. Parece simples, mas é o primeiro passo para retomar o controle.
Reconhecer a ansiedade não é sinal de fraqueza — é o começo de um novo olhar sobre si mesmo.
Na próxima sexta-feira, na Parte 2 da Série Ansiedade, vamos entender como o mundo acelerado, a tecnologia e o excesso de estímulos estão alimentando essa epidemia silenciosa.
Até lá, inspira... e expira. 🌿
🧾 Fontes e referências
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Organização Mundial da Saúde (OMS) – Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates (2017).
https://www.who.int/publications/i/item/depression-global-health-estimates -
Ministério da Saúde (Brasil) – Ansiedade é o transtorno mental mais comum entre os brasileiros (2024).
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental/saude-mental-em-dados/saude-mental-em-dados-edicao-no-13-fevereiro-de-2025/view -
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – Cartilha sobre Transtornos de Ansiedade.
https://www.abp.org.br/ -
Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz – Saúde Mental e o Impacto da Ansiedade na Sociedade Contemporânea (2023).
https://portal.fiocruz.br/

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