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SÉRIE ANSIEDADE — PARTE 3: Sono, Respiração e Corpo: o lado invisível da ansiedade

lado invisível da ansiedade
Apesar de as técnicas caseiras ajudarem, quadros persistentes de ansiedade devem sempre ser acompanhados por profissionais qualificados. Foto repeprodução.

O que está sendo discutido nesta nova etapa da série? Profissionais de saúde mental falam sobre os sintomas físicos da ansiedade que mais afetam o dia a dia das pessoas. Eles também dizem quais são os especialistas que fazem essas análises e quando esse assunto passou a ser mais pesquisado. 

Esses estudos acontecem em vários lugares. Além disso, explicam que práticas como respirar com calma, meditar e ter um bom sono estão entre as dicas mais recomendadas para ajudar a lidar com a ansiedade. A reportagem também detalha como essas técnicas podem reduzir a intensidade das crises, segundo entrevistas realizadas para esta edição.


Quando o corpo fala: sintomas físicos da ansiedade

A relação entre ansiedade e corpo tem sido um dos temas mais discutidos por psicólogos e médicos nos últimos anos, especialmente após o aumento dos relatos de sintomas somáticos em faixas etárias variadas. Profissionais afirmam que queixas como aperto no peito, respiração curta, insônia e tremores não são somente manifestações isoladas — elas fazem parte do que chamam de “ciclo fisiológico da ansiedade”.

Segundo fisioterapeutas respiratórios e clínicos entrevistados, o corpo reage ao estresse prolongado ativando respostas automáticas, como aumento da frequência cardíaca e tensão muscular. Esses sintomas físicos, muitas vezes confundidos com outras doenças, levam pessoas a pronto-atendimentos em busca de explicações. A hiperventilação, por exemplo, é descrita como uma das reações mais comuns, desencadeada por padrões de respiração rápida e superficial.

Especialistas consultados destacam que entender esse processo é o primeiro passo para o indivíduo reconhecer quando a ansiedade está se aproximando de um limite fisiológico. A educação sobre os sinais corporais tornou-se uma das principais ferramentas no manejo da condição.


Sono e ansiedade: uma via de mão dupla

Outro tema central é o sono, um dos pilares mais afetados pela ansiedade. Profissionais explicam que a dificuldade de adormecer ocorre quando o cérebro permanece em estado de alerta, mesmo quando o corpo está em repouso. Isso cria um ciclo em que a má qualidade do sono intensifica os sintomas ansiosos no dia seguinte, e o aumento da ansiedade dificulta ainda mais o descanso noturno.

Neurologistas e especialistas em higiene do sono relatam que práticas simples — como evitar telas uma hora antes de deitar, manter o quarto escuro e reduzir estimulantes — têm impacto significativo. A respiração profunda, aplicada minutos antes de dormir, também é citada como um recurso capaz de reduzir a ativação do sistema nervoso.

Estudos recentes sobre rotinas noturnas mostram que pessoas com ansiedade frequentemente apresentam fragmentação do sono, despertares involuntários e sensação de cansaço ao acordar. Para os especialistas, o sono deve ser encarado como um marcador importante de saúde emocional, tão relevante quanto a alimentação e a prática de exercícios.


Técnicas de respiração e meditação: por que funcionam?

Entre as sugestões mais mencionadas pelos profissionais entrevistados estão as técnicas de respiração controlada. O objetivo é ativar o sistema nervoso parassimpático para reduzir a sensação de ameaça interna. A respiração diafragmática, por exemplo, orienta o indivíduo a inspirar profundamente, expandindo o abdômen, e expirar lentamente. Essa prática reduz o ritmo cardíaco e diminui a tensão muscular.

Especialistas em mindfulness explicam que a meditação guiada complementa essas técnicas ao treinar o foco no presente. A prática contribui para diminuir a ruminação mental, uma das marcas da ansiedade. Em entrevistas, psicólogos afirmam que alguns minutos por dia são suficientes para gerar mudanças perceptíveis no bem-estar.

Profissionais de educação física também ressaltam o papel da atividade corporal leve — como caminhadas — para regular a respiração e liberar hormônios associados à redução do estresse. A combinação de movimento, respiração e atenção plena tem sido adotada como abordagem integrada por muitos pacientes.


Olhar integrado para o corpo e a mente

A percepção de que a ansiedade se manifesta não somente no campo emocional, mas também no físico, tem ampliado a busca por tratamentos multidisciplinares. Médicos, psicólogos, fisioterapeutas e profissionais de bem-estar destacam que o manejo eficaz depende da compreensão de que corpo e mente são interdependentes.

Essa abordagem integrada inclui rotinas personalizadas, práticas de autocuidado e monitoramento contínuo dos sintomas. Infográficos simples têm sido usados por profissionais para orientar pacientes visualmente sobre como pequenas mudanças no dia a dia podem levar a grandes melhorias no controle da ansiedade.

Com métodos acessíveis e conhecimento baseado em evidências, a prevenção e o cuidado tornam-se mais alcançáveis. Mas especialistas alertam: apesar de as técnicas caseiras ajudarem, quadros persistentes de ansiedade devem sempre ser acompanhados por profissionais qualificados.

Apesar do avanço nas discussões sobre corpo, sono e respiração, uma pergunta permanece: como as redes sociais estão influenciando a forma como sentimos ansiedade?
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Fontes

·         G1 — Ansiedade e saúde mental (https://g1.globo.com)
·         Fiocruz — Estudos sobre ansiedade e sono (https://portal.fiocruz.br)
·         Ministério da Saúde — Saúde mental e autocuidado (https://www.gov.br/saude)


 

 

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