
Apesar de as técnicas caseiras ajudarem, quadros persistentes de ansiedade devem sempre ser acompanhados por profissionais qualificados. Foto repeprodução.
O que
está sendo discutido nesta nova etapa da série? Profissionais de saúde mental
falam sobre os sintomas físicos da ansiedade que mais afetam o dia a dia das pessoas.
Eles também dizem quais são os especialistas que fazem essas análises e quando
esse assunto passou a ser mais pesquisado.
Esses
estudos acontecem em vários lugares. Além disso, explicam que práticas como
respirar com calma, meditar e ter um bom sono estão entre as dicas mais
recomendadas para ajudar a lidar com a ansiedade. A reportagem também detalha como
essas técnicas podem reduzir a intensidade das crises, segundo entrevistas
realizadas para esta edição.
Quando o corpo fala: sintomas físicos da ansiedade
A relação
entre ansiedade e corpo tem sido um dos temas mais discutidos por
psicólogos e médicos nos últimos anos, especialmente após o aumento dos relatos
de sintomas somáticos em faixas etárias variadas. Profissionais afirmam que
queixas como aperto no peito, respiração curta, insônia e tremores não são
somente manifestações isoladas — elas fazem parte do que chamam de “ciclo
fisiológico da ansiedade”.
Segundo
fisioterapeutas respiratórios e clínicos entrevistados, o corpo reage ao
estresse prolongado ativando respostas automáticas, como aumento da frequência
cardíaca e tensão muscular. Esses sintomas físicos, muitas vezes confundidos
com outras doenças, levam pessoas a pronto-atendimentos em busca de
explicações. A hiperventilação, por exemplo, é descrita como uma das
reações mais comuns, desencadeada por padrões de respiração rápida e
superficial.
Especialistas
consultados destacam que entender esse processo é o primeiro passo para o
indivíduo reconhecer quando a ansiedade está se aproximando de um limite
fisiológico. A educação sobre os sinais corporais tornou-se uma das principais
ferramentas no manejo da condição.
Sono e ansiedade: uma via de mão dupla
Outro tema central é o sono, um dos pilares mais afetados
pela ansiedade. Profissionais explicam que a dificuldade de adormecer ocorre
quando o cérebro permanece em estado de alerta, mesmo quando o corpo está em
repouso. Isso cria um ciclo em que a má qualidade do sono intensifica os
sintomas ansiosos no dia seguinte, e o aumento da ansiedade dificulta ainda
mais o descanso noturno.
Neurologistas e especialistas em higiene do sono relatam que práticas
simples — como evitar telas uma hora antes de deitar, manter o quarto escuro e
reduzir estimulantes — têm impacto significativo. A respiração profunda,
aplicada minutos antes de dormir, também é citada como um recurso capaz de
reduzir a ativação do sistema nervoso.
Estudos recentes sobre rotinas noturnas mostram que pessoas
com ansiedade frequentemente apresentam fragmentação do sono, despertares
involuntários e sensação de cansaço ao acordar. Para os especialistas, o sono
deve ser encarado como um marcador importante de saúde emocional, tão relevante
quanto a alimentação e a prática de exercícios.
Técnicas de respiração e meditação: por que funcionam?
Entre as sugestões mais mencionadas pelos profissionais entrevistados estão
as técnicas de respiração controlada. O objetivo é ativar o
sistema nervoso parassimpático para reduzir a sensação de ameaça interna. A
respiração diafragmática, por exemplo, orienta o indivíduo a inspirar
profundamente, expandindo o abdômen, e expirar lentamente. Essa prática reduz o
ritmo cardíaco e diminui a tensão muscular.
Especialistas em mindfulness explicam que a meditação guiada
complementa essas técnicas ao treinar o foco no presente. A prática contribui
para diminuir a ruminação mental, uma das marcas da ansiedade. Em entrevistas,
psicólogos afirmam que alguns minutos por dia são suficientes para gerar
mudanças perceptíveis no bem-estar.
Profissionais de educação física também ressaltam o papel da atividade
corporal leve — como caminhadas — para regular a respiração e liberar hormônios
associados à redução do estresse. A combinação de movimento, respiração e
atenção plena tem sido adotada como abordagem integrada por muitos pacientes.
Olhar integrado para o corpo e a mente
A percepção de que a ansiedade se manifesta não somente no campo emocional,
mas também no físico, tem ampliado a busca por tratamentos multidisciplinares.
Médicos, psicólogos, fisioterapeutas e profissionais de bem-estar destacam que
o manejo eficaz depende da compreensão de que corpo e mente são
interdependentes.
Essa abordagem integrada inclui rotinas personalizadas, práticas de
autocuidado e monitoramento contínuo dos sintomas. Infográficos simples têm
sido usados por profissionais para orientar pacientes visualmente sobre como
pequenas mudanças no dia a dia podem levar a grandes melhorias no controle da
ansiedade.
Com métodos acessíveis e conhecimento baseado em evidências, a prevenção e o
cuidado tornam-se mais alcançáveis. Mas especialistas alertam: apesar de as
técnicas caseiras ajudarem, quadros persistentes de ansiedade devem sempre ser
acompanhados por profissionais qualificados.
Apesar do avanço nas discussões sobre corpo, sono e respiração, uma pergunta
permanece: como as redes sociais estão influenciando a forma como
sentimos ansiedade?
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Leia também:
Fontes
·
G1 — Ansiedade e saúde
mental (https://g1.globo.com)
·
Fiocruz — Estudos sobre ansiedade
e sono (https://portal.fiocruz.br)
·
Ministério da Saúde — Saúde
mental e autocuidado (https://www.gov.br/saude)
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