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O presidente Lula avaliou a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro como uma “matança” . Foto: Edgar Su/Reuters.
Na manhã
de 4 de novembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou
a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro — em especial nos complexos
da Penha e do Alemão — como uma “matança” e classificou-a como “desastrosa”. A
fala do chefe do Executivo federal, em entrevista concedida em Belém (PA) à
imprensa internacional, envolveu ainda o anúncio de que o governo federal iria
pressionar por uma investigação independente da ação.
O que está em questão?
Amegaoperação em foco ocorreu em 28 de outubro de 2025, quando forças de
segurança do estado do Rio de Janeiro mobilizaram cerca de 2.500 agentes para
cumprir mandados contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV) nos dois
grandes conjuntos de favelas: Penha e Alemão. A ação resultou em 121 mortes
— incluindo quatro policiais — segundo balanço divulgado pela polícia estadual.
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| Barricada feita pelos bandidos no Complexo da Penha para proteger os chefes do CV. Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo. |
Lula declarou que, embora o número de mortes possa levar alguns a considerar a missão um “sucesso”, do ponto de vista da atuação do Estado, cada vez mais ele considera o episódio “um desastre”. Ele ressaltou que a ordem judicial era para prisão, não para mortes em massa, e exigiu apuração rigorosa.
O posicionamento de Lula e quais foram seus
argumentos
O
presidente enfatizou que o governo federal não se conforma somente com o
resultado numérico da operação, mas quer entender em que condições ela ocorreu.
Ele afirmou que “a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem
de matança — e houve matança”. Lula acrescentou que ainda há somente a versão
oficial fornecida pela polícia e pelo governo estadual, e destacou ser
importante investigar “se tudo aquilo aconteceu do jeito que dizem ou se teve
algo mais delicado na operação”.
Ele também declarou que o governo federal irá atuar para que uma investigação
paralela seja instaurada — ou seja, além das apurações locais — para haver
independência e clareza sobre os fatos.
As implicações políticas e institucionais
O posicionamento de Lula reacende o debate sobre segurança pública,
direitos humanos, uso da força estatal e controle
de operações policiais em favelas. A palavra-chave “responsabilização
institucional” aparece com força no discurso presidencial, no qual Lula reforça
que operações dessa natureza precisam obedecer aos direitos fundamentais e à
proporcionalidade.
Além disso, o termo “transparência” também se destaca: ao exigir investigação
federal, o presidente aponta para lacunas de clareza sobre quem morre, por quê,
e em que circunstâncias. Por outro lado, o cenário político-eleitoral também
entra em cena; a operação, amplamente divulgada e analisada, afeta a percepção
pública do governo federal e de seus resultados em matéria de segurança, tema
que tem forte peso entre eleitores.
Contexto e repercussões
O governo estadual do Rio, comandado pelo governador Cláudio Castro, definiu
a operação como sucesso, afirmando que os mortos eram quase todos criminosos da
facção CV, e que os policiais mortos foram somente quatro. Já o presidente
federal aponta justamente uma necessidade de distinção entre sucesso tático e
legitimidade institucional.
No Congresso, foi acionada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para
investigar facções criminosas, ao passo que Lula defendeu que o Estado deve ter
atuação firme, porém com supervisão adequada. O debate se amplia para além do
Rio de Janeiro — pois trata-se de como o Brasil equilibra combate ao crime
organizado com respeito aos direitos humanos e às garantias legais.
Fontes:
• VEJA — “Lula chama megaoperação no Rio de ‘matança’”
https://veja.abril.com.br/brasil/lula-chama-megaoperacao-no-rio-de-matanca/
• CNN Brasil — “Houve uma matança”, diz Lula sobre megaoperação com 121 mortos
no RJ
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil/houve-uma-matanca-diz-lula-sobre-megaoperacao-no-rj/
• CNN Brasil – “Waack: Lula desafia as pesquisas e ataca megaoperação”
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/waack-lula-desafia-as-pesquisas-e-ataca-megaoperacao/
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